Estive lendo Mulher Perdigueira. Levei um bom tempo escolhendo o livro da semana passada... Comecei duas leituras, mas acabei deixando-as para outro momento. Acho que estava "farejando" esse deleite, por isso as interrompi.
O livro é classificado como crônicas, mas não se trata daquela crônica datada, selada, carimbada e postada. Não. É uma crônica atemporal, universal, beirando ao conto, cheirando a poesia, uma leitura que enreda como o romance, com acentos de novela. O surpreendente é que rompe com a velha teoria de que o escritor é um semideus, um inacessível. Não! Ele, o escritor, está aí, andando pela rua. Esteve no Programa do Jó! Tem site, blog, e-mail, Twitter, Orkut ! É só "farejar"!
A narrativa revela uma riqueza interior, uma vidência da grandeza nas miudezas, verdadeira "gimba poética". O autor faz blague poética da vida, do amor, do homem, da mulher, do dia a dia, do tudo, do nada.
Não disse, ainda, o nome do autor do livro, pois, obviamente, você já "farejou" que estou falando de Fabrício Carpinejar! Leia e sinta nas Misteriosas Gimbas, a poética que um simples mortal não perceberia; em Floristas do Mal, observe o cotidiano tratado com humor e veracidade; ande no Lado Preferido da Calçada e confira "como será o último gole de rio pelo sol alaranjado"; divirta-se fuçando Porta – Malas; é Impossível não sondar os célebres opostos; mergulhe no eu - lírico feminino, em sua inteireza, misto de força e de fragilidade, assumindo de vez que "é impossível ser feliz sozinho".
Nem vou atiçar mais! Este você não pode deixar de ler: Carpinejar. Mulher Perdigueira. Bertrand Brasil, 2010.
Nenhum comentário:
Postar um comentário