Caixinha de Música

sábado, 13 de novembro de 2010

               Torneirinha de asneiras, como diria Emília
           

              A polêmica recente sobre a ameaça de censura ao livro Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, subestima a criança e o professor brasileiros. À criança, porque julga que ela, lendo as irreverências de Emília, uma boneca de pano, criada pela própria Tia Nastácia, passe a agir preconceituosamente em relação ao negro; ao professor, porque pressupõe que ele não saiba "desconstruir" um texto, questionar com seus alunos se a " visão preconceituosa" em relação à Tia Nastácia – na fala de Emília - reflete um preconceito de Monteiro Lobato ou é a maneira que ele encontrou para denunciar um problema real, existente na sociedade da época.

                Monteiro Lobato criou um universo para a criança brasileira, enriquecido pelo folclore, ao trazer para as suas páginas seres fantásticos como a Cuca, o Saci, a Mula-sem-cabeça, a Iara, o Lobisomem. Esses seres devem ser banidos, porque não existem e porque podem traumatizar as crianças? Não bastasse essa carga ficcional, Lobato apresenta-nos o Visconde de Sabugosa, o intelectual que tem explicações para tudo. Seria o Visconde uma crítica aos eruditos, feios, esqueléticos, feitos de sabugos de milho e vestidos com palha?

               Os personagens de Lobato são extremamente nacionalistas, traduzindo sua brasilidade na linguagem, nos hábitos e nos costumes. Lobato tem uma literatura engajada, envolta num mundo imaginário, uma literatura que conscientiza, que denuncia problemas políticos, econômicos e sociais. Em "O Sítio do Picapau Amarelo", por exemplo, indigna-se com a exploração do Petróleo, o que levou a publicar o livro "O Poço do Visconde", que conta a história da descoberta do Petróleo, nas terras do Sítio, que era a metáfora das terras de sua família. As personagens de Lobato dizem tudo o que ele pensa sobre a descoberta, entre elas Emília, que representa o seu alter ego.

            As crianças da nossa geração leram essas obras; nossos filhos cresceram brincando no "Sítio do Picapau Amarelo". E aos nossos netos, vamos deixar que lhes roubem esse direito?

               Será que a infância não foi lesada em sua magia, em seu encantamento, nas últimas décadas, ao perder um pouco o contato com os personagens fantásticos e passar a conviver com os seres do mundo "normal", envolvidos em temas como aborto, drogas, violência, sexualidade, pedofilia, corrupção, sequestro? A Literatura tem como função precípua o compromisso com a ficção, com a arte, com o encantamento.  Vida real? Sim! Mas literatura é, antes de tudo, arte, e arte que é arte não pode perder o sentido do belo, da "mentira", da invenção.

               Esse Sítio de Lobato, esse Brasil brasileiro, deve ser defendido por todos nós! A sabedoria de dona Benta, mostrando a importância do idoso na sociedade, não é importante? As habilidades de Tia Nastácia, mostrando o valor do trabalho doméstico, artesanal, inventivo não têm valor? A curiosidade e a peraltice de Pedrinho e de Narizinho não fazem falta na imaginação das nossas crianças? Por conta de interpretações – essas, sim – preconceituosas vamos deixar execrar Monteiro Lobato?

        Tia Nastácia, importante na trama narrativa de Lobato, tinha vez e tinha voz, nas grandes discussões no Sítio. Essa negra de nome de princesa, deve ser uma homenagem do nosso Lobato à princesa bantu Anastácia, cuja beleza causava tal inveja que lhe cobriram o rosto com uma máscara de ferro, para que as mulheres brancas não ficassem humilhadas diante de tanta beleza. Essa mártir Anastácia, que muitas comunidades religiosas afro-brasileiras consideram santa, não seria uma homenagem de Lobato ao negro? Ninguém se lembrou disso? Ou seria "Anastácia" uma homenagem à santa Anastácia, martirizda durante o período de perseguições contra os cristãos, perpetradas por Diocleciano, como tantos negros foram martirizados no Brasil escravagista?   

Só na análise da escolha do nome já se vê a importância de tia Nastácia, para Lobato. Pedrinho e Narizinho são arquétipos de qualquer criança em idade de "reinação"; a matriarca Dona Benta Encerrabodes de Oliveira, a avó sabe-tudo, é, no imaginário infantil, a representação de qualquer avó; os demais personagens têm nomes comuns. Mas Anastácia é diferente. 

A turma do Sítio deve estar no maior alvoroço: - Lobato, preconceituoso?

         



MONTEIRO LOBATO

 

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Fizemos bem em resistir

Sant'Anna, Affonso Romano de. Rocco, 1994.

             Seleção de 50 crônicas, as melhores páginas das obras A mulher madura, O homem que conheceu o mar, A raiz quadrada do absurdo, Mistérios gozosos e Do que ri a Mona Lisa?

            É bonito ver o mundo com a lupa do poeta e, lendo o que escreve, sentir como interfere no cotidiano e como influencia a vida de quem o lê. É importante reconhecer o perigo que é encontrar-se com a beleza, porque a beleza é aliciante, é urgente, necessária e pungente.

           A mulher madura e sua luminosidade: Cada idade tem o seu esplendor. É um equívoco pensá-lo apenas como um relâmpago da juventude, um brilho de raquetes e pernas sobre as praias do tempo. Cada idade tem seu brilho e é preciso que cada um descubra o fulgor do próprio corpo.

           Antes que elas cresçam é um texto clássico que toda mãe, todo pai devem conhecer para que possam fazer alguma coisa a mais, antes que elas cresçam, sob pena de curtirem por toda a vida uma saudade culposa. Desaprendendo a lição,  você aprende que à audácia de desaprender o aprendido, soma-se a astúcia do silêncio. Você aprende como envelhecer com doçura, porque Envelhecer deveria ser como plainar.

            Que presente te dar... Um derrame de poesia, um amor desmesurado, uma paixão cândida e acolhedora. Que presente te darei, eu que tanto quero e pouco dou, porque mesquinho, egoísta, distraído não te cumulo daquilo que deveria cumular? Jóias, tecidos, uma nesga de praia deserta, versos de uma canção, cartões das mais lindas paragens do mundo, flores, viagem a lugares românticos? Passar a mão de repente sobre tua mão, com se apalpa a vida ou o fruto que pede para ser colhido. Levá-la talvez a conhecer uma atmosfera sagrada, cuja descrição se aproxima daquilo que as santas extáticas descreveram.

           Descobrir, quando os filhos saem de casa, que Cada filho tem seus gestos e ruídos próprios. O modo de abrir a porta, a televisão ligada alto, as músicas no quarto, o telefone insistente dos amigos chamando para as festas.

          É bom poder dizer a certa altura da vida, com muita plenitude: na verdade fui muito amado.  O que ama é um disseminador. Tocar nele é colher virtudes. Por onde passa, renascem cidades. E, depois desse mergulho no mar sem princípio nem fim, descobrir que FIZEMOS BEM EM RESISTIR, pelo mar, pelo amor, pela beleza.

 

Ainda acabo fazendo livros onde as nossas crianças possam morar.  Monteiro Lobato

domingo, 24 de outubro de 2010

Nova ágora

         Pretendo que este blog seja a ágora citada pelo Pe.Fábio de Melo, um lugar de troca de ideias. Por isso gosto de comentar os livros que leio, os pensamentos que me ocorrem, os textos que alinhavo, os sonhos que acalento.

          O livro Cartas entre amigos – sobre ganhar e perder, de Gabriel Chalita e Pe. Fábio de Melo, é um diálogo no gênero epistolar. São 18 cartas, dezoito olhares respeitosos e esperançosos sobre o mundo e sobre a condição humana. Memória e arte se entrecruzam, repetindo a técnica das mulheres que tecem colchas de retalhos... Escolhem os retalhos, separam-nos e vão costurando: retalho triste junto a retalho alegre, retalho forte junte a retalho frágil, retalho novo junto a retalho velho, sempre nessa técnica de contraposição. "A nota triste é utilizada para preparar a chegada da alegria" e assim vai-se formando essa arte a duas mãos, costurando as tramas do dia a dia com alinhavos de filosofia e pespontos da literatura.

        As mulheres vão costurando os retalhos: Maria Luiza, a catadora de lixo, mãe de Alcides, que sonhou um sonho bonito para o seu filho, para que ele fosse um homem de futuro, mas o retalho de Alcides se rompeu, por engano. Aos 22 anos o sonho acabou ao som de uma bala perdida. Flordelis, poesia no nome, beleza na vida... Para ela, "Basta uma palavra para mudar tudo".  Zilda Arns, a amiga da humanidade. As Severina e as Sinhá Vitória e sua força simbólica da palavra dita e do silêncio delicado. E sempre o sonho permeando o bordado. O sonho de uma cama, de Sinhá Vitória, o desejo de permanência; uma deseja que o filho "fosse bom", um sonho de essência; a outra catava lixo para que o filho "fosse um homem de futuro", um sonho de esperança.

          De toda a leitura ficam várias certezas. Precisamos mais que nunca resgatar a tradição de uma tribo da África Central: compor uma música para cada criança que nasce, a trilha sonora de cada existência. Esse canto precisa ser ressuscitado, nesses tempos de tantos descaminhos e maiores desencantos. Precisamos instaurar um "tempo de delicadezas" maternas, aprendendo com dona Augusta e dona Ana, que inspiraram esses dois escritores, com esperança e fé. Porque, amigas leitoras, "O importante é não desistir: há sempre um pavio esperando pela luz."

Se todos os pais aprendessem com as águias, não teríamos jovens medrosos, inseguros. Essas lições para a vida toda deveriam ser de conhecimento de um maior número de pessoas, talvez, assim, respeitássemos mais a Natureza. Parabéns pela sensibilidade em nos brindar a cada dia com belas mensagens! Rose

APRENDENDO COM AS ÁGUIAS

sábado, 23 de outubro de 2010

Frase da semana


 

Comentário

 
Você é a verdadeira tecelã das palavras!!Que coisas lindas vc consegue ver nos livros que lê. Despertou em mim a vontade de ler este. A Biblioteca do 3º ano tem o livro, vou locá-lo para ler. As metáforas usadas por você despertam em nós sentimentos adormecidos que precisamos resgatar, antes que se percam deifintivamente!!!
Obrigada por dividir conosco tantas imagens lindas! Beijos,Rose.

Interstícios com Leitores

        

Reli O LIVRO DAS IGNORÃNÇAS, de Manoel de Barros. Estava precisando mergulhar na "verdez primal" dessa enchente do Pantanal. Precisava olhar aquele nosso rio, aquele que "fazia uma volta atrás de nossa casa", que "era a imagem de um vidro mole". Queria achatar o nariz na janela rabiscada de chuviscos e ficar de bobeira, olhando a imagem escorrer lindamente, como aquarela líquida, derramada no tabuleiro.

 Vivi tantos anos nas últimas semanas que "O ocaso me ampliou para formiga". Então, resgatei esse livro: "Preciso do desperdício das palavras para conter-me". Precisamos ficar renascendo, todo dia, para sobreviver. Renascendo de outro jeito, vivendo lagarta, escutando rã,  violetando, correndo rio, andando nuvens, sonhando árvore.

 Esse é um livro que não pode ser comentado: tem de ser vivido, saboreado, degustado. É um livro que, tal o "rio de vidro mole", penetra e completa os nossos vazios e arrebenta as algemas da nossa independência. É um livro camaleão: muda de cor, muda de forma, muda de tom, muda a alma inquieta da gente. É sempre outro. Não deixem de ler!

 

Tecendo a manha.wmv

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Que continuemos sendo fiéis às nossas crenças, princípios e ética nessa labuta cotidiana de ensinar e de aprender, sem perdermos a esperança de dias melhores. Continuemos a cultivar sonhos e utopias, pois, assim, continuaremos em busca da felicidade. Um dia ela chega!!!! Bjus Karina

Querida, obrigada por fazer parte da minha vida pessoal e profissional! Sua presença, seus ensinamentos, sua experiência, seus conselhos, seu carinho... seu jeito fantástico de ver e nos fazer enxergar a maravilha que é ensinar com amor, com sonhos, com pura alegria e prazer!!! Agradeço a Deus por sua vida! Grande beijo da sua "pupila"!!! hehehe

domingo, 17 de outubro de 2010

Amiga,
Você tem o dom de fazer com que eu seja realmente uma "milionária", já que a amizade é um tesouro incalculável, como vc mesma disse.Ter uma amiga que repreende ensinando; abraça buscando retirar as dores do mundo e o cansaço; sorri mostrando e dividindo a beleza da vida, do sol, do amor e da amizade, é realmente um presente de Deus, e é assim você em minha vida! Obrigada por vc existir e por eu poder dizer que vc é MINHA AMIGA. Bjs. Vina

COMENTÁRIO

             É enriquecedor ler seus comentários. Sua perspicácia ao analisar os personagens e o enredo desperta a vontade de ler o livro analisado. Já tivemos a oportunidade de ler o mesmo livro e de discutirmos os pontos mais importantes. O livro Flor da Neve e o Leque Secreto, de Lisa See, nos marcou, pois nos identificamos com as "laotongs"  e até hoje não nos esquecemos das lições de Lírio e de Flor-da-Neve. Quero novamente desfrutar com você de outras leituras e dividir  as lições que cada livro transmite para o leitor.

          Continue nos brindando com sua experiência leitora. Trevo de Quatro Folhas deve ser visitado por todos e por todas que apreciam uma boa leitura. Com carinho, Rose

sábado, 16 de outubro de 2010

Comentário

Cada vez qua abro meu e-mail e leio suas mensagens,fico feliz, pois elas enriquecem o meu dia, abrindo portas para a reflexão.
É gostoso sentir sua presença edificante ,aqui no Trevo de Quatro Folhas, pois ele tem representado
uma nova experiência para você e crescimento para quem o acessa.
Meu carinho,
Andreya.

CANTOS SIDERAIS

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Frase da Semana

 
Longe é um lugar que não existe. Richard Bach

NÃO DÁ PRA DEIXAR DE LER!

 

          Estive lendo Mulher Perdigueira. Levei um bom tempo escolhendo o livro da semana passada... Comecei duas leituras, mas acabei deixando-as para outro momento. Acho que estava "farejando" esse deleite, por isso as interrompi.

         O livro é classificado como crônicas, mas não se trata daquela crônica datada, selada, carimbada e postada. Não. É uma crônica atemporal, universal, beirando ao conto, cheirando a poesia, uma leitura que enreda como o romance, com acentos de novela. O surpreendente é que rompe com a velha teoria de que o escritor é um semideus, um inacessível. Não!  Ele, o escritor, está aí, andando pela rua. Esteve no Programa do Jó! Tem site, blog, e-mail,  Twitter, Orkut ! É só "farejar"!

        A narrativa revela uma riqueza interior, uma vidência da grandeza nas miudezas, verdadeira "gimba poética".  O autor faz blague  poética da vida, do amor, do homem, da mulher, do dia a dia, do tudo, do nada.

       Não disse, ainda, o nome do autor do livro, pois, obviamente, você já "farejou" que estou falando de Fabrício Carpinejar! Leia e sinta nas Misteriosas Gimbas, a poética que um simples mortal não perceberia; em Floristas do Mal, observe o cotidiano tratado com humor e veracidade; ande no Lado Preferido da Calçada e confira "como será o último gole de rio pelo sol alaranjado"; divirta-se fuçando Porta – Malas; é Impossível não sondar os célebres opostos; mergulhe no eu - lírico feminino, em sua inteireza, misto de força e de fragilidade, assumindo de vez que "é impossível ser feliz sozinho".

     Nem vou atiçar mais! Este você não pode deixar de ler: Carpinejar. Mulher Perdigueira. Bertrand Brasil, 2010.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

COMENTÁRIO DE LIVRO

 

O EFEITO SOMBRA

 

Não sei se já disse, mas vale repetir: gosto de ler e de compartilhar leituras. Se pudesse, faria com que todo mundo se apaixonasse pela leitura! Ao longo da minha carreira de professora, tive o orgulho de seduzir vários alunos para o prazer de ler.

Como decidi fazer do meu blog uma espécie de "Querido Diário", e como num "Dear Diary" fica-se à vontade para falar, vou tecer alguns comentários sobre um livro que acabei de ler, do qual já vinha falando, no final da semana passada.

Não é o meu estilo preferido de leitura, confesso. Para recrear o espírito, gosto mesmo é de uma boa ficção. Para atualizar o pensamento, tenho inúmeras opções! Mas, como sou leitora contumaz, leio um pouco de tudo. E esse livro me surpreendeu, em vários momentos, abriu-me os olhos. Trata-se de O Efeito SOMBRA, de Deepak Chopra, que explica a existência da sombra coletiva; Debbie Ford ,que nos convida a fazer as pazes com os outros, com o mundo e com o nosso Eu; e Marianne Williamson, que afirma que só a luz pode banir a escuridão. Dividido em três partes, cada uma a cargo de um autor, cada autor aborda a sua visão sobre o tema SOMBRA, de um ângulo  novo e complementar.

De maneira prática e convincente, O EFEITO SOMBRA comprova que realmente somos múltiplos. Lembrei-me de Mário de Andrade: Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta, / Mas um dia afinal eu toparei comigo... /Tenhamos paciência, andorinhas curtas, / Só o esquecimento é que condensa.

A metáfora que Debbie Ford utiliza para descrever a nossa tentativa frustrada de esconder nossos "outros", as outras personas, usando a visão da tentativa de afundar bolas de praia na água, sob pressão, é bem elucidativa. Chega um momento em que não se consegue manter as bolas submersas e elas espocam, respingado água na sua máscara, desmascarando-o. Talvez venha daí o dito popular: "Ele pisou na bola", ou seja, levou um tombo, foi desmascarado. E quantos por aí, famosos e anônimos, não vivem "pisando na bola"? Se tentassem conhecer esse outro lado, lidar com essas outras faces, com o lado sombra, seria mais fácil evitar os respingos e os tombos.

Todos já sabemos que somos duais, imprevisíveis, desconhecidos. Não somos todos (infelizmente!) como Fernando Pessoa, mas somos também grandiosos demais, múltiplos demais, para caber num só figurino, como bem o sintetizou o seu heterônimo mais atribulado, Álvaro de Campos:

Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora.

 

Durante a leitura, nos reconhecemos em muitos dos nossos labirintos ("Perdi-me dentro de mim/ Porque eu era labirinto,/ E hoje, quando me sinto,/É com saudades de mim".), e encontramos várias pessoas com as quais contracenamos. Aprendemos várias lições de como enfrentar nossos medos, aliviar nossas culpas; explicações sobre determinadas condutas; alertas para evitar futuras exposições.

No final, há um questionário com vinte perguntas objetivas (fiz o teste antes de ler o livro:  tenho o hábito de ler "de trás pra frente".). Gostei de saber como estou lidando com as minhas SOMBRAS e fiquei estimulada a continuar encarando as minhas faces secretas. Pelo teste, estou numa zona de neutralidade, por hora, meio protegida dos efeitos das outras faces. A análise atribui esse resultado aos valores que defendo, à autoestima bem construída, e acrescento a esses elementos: ao fato de trabalhar em educação.

FICA AÍ O CONVITE PARA VOCÊ FAZER A SUA AUTOANÁLISE!

ENFRENTE-SE!

 Se você não existe sem a sua sombra, como não existe noite sem dia, nem luz sem treva, aprenda a conhecê-la!

"Não se iluda; se não lidarmos com essas sombras, elas lidarão conosco".

 

CONVERSANDO COM LEITORES

Estou perseguindo a meta de ler um livro por semana. Parece pouco, mas não o é. Temos de dar conta de muita informação oriunda das várias mídias; cuidar da carreira; administrar a casa/lar; atender a compromissos sociais; estudar temas objetivos relacionados ao trabalho; checar os e-mails; (pagar contas!); alimentar o blog... Nos bons tempos, já li até um livro por dia! Já passei um mês inteiro sem ler um livro sequer, nos bons tempos, também!

Não é uma meta impossível. Dizem que nos Estados Unidos a população lê, em média, 11 livros por ano; os franceses, 7; os colombianos, 2,4. Mesmo na maratona que é a vida de uma mulher, normalmente eu leio uns 20 títulos por ano. Com esse projeto atual, se conseguir ler 2 ao mês, devo chegar à média anual de 24, 25 livros, numa visão otimista, pois existem viagens, festas, férias, compromissos, que nos afastam da leitura. E há também aqueles livros enooormes, volumosos, que nem sempre valem quanto pesam. E        há, ainda, aqueles outros que não deixam a leitura fluir, de cujas ideias discordamos o tempo todo, gastando horas em elucubrações. E ainda os que não são do nosso, digamos, estilo. E aquelas de "felicidade clandestina" (clariceando), que lemos aos poucos, fechamos, lemos mais um pouco e guardamos, para não "gastar"?... Sem falar naqueles que não conseguimos parar de ler, como se estivéssemos cavalgando um potro selvagem, em desabalada carreira. Tudo isso influi no ritmo de leitura.

Nesta semana estou lendo O EFEITO SOMBRA, de Deepah Chopra, Debie Ford e Marianne Williamson. De antemão, confesso que não é o meu estilo preferido, mas, ainda assim, não estou conseguindo parar de ler. Depois da última página (confesso que já li as páginas finais!), voltaremos a conversar sobre esse livro.

Até breve!

.

 

 

CONVERSANDO COM LEITORES

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Comentário

Como veem, o meu trevo está vicejando. No início era apenas um sonho; hoje, já está se materializando.
Não está sendo fácil, mas o valor dos sonhos está no tempo que nos dedicamos a sonhar...
Obrigada a quem contribui comigo, ainda que seja apenas estimulando-me!
Continua flutuando a "garrafinha de náufrago"!

Frase da semana

Deus quer, o homem sonha, a obra nasce. (Fernando Pessoa)
 

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Aviso aos Navegantes

Não tenho, ainda, uma ideia muito nítida de como funciona um blog. Sou realmente iniciante nessa área. As dificuldades são muitas, mas eu gosto de desafios! Cada dia dou um passo, arriscando, errando, começando tudo de novo. Mas sem desistir! Portanto, estou lançando a minha garrafinha de náufrago! Dentro tem um bilhetinho manuscrito: Estou aceitando ajuda de filhos, de amigas, de colegas!

 

domingo, 26 de setembro de 2010

LIVRO DA SEMANA

LEVINE, Suzanne Braun. A REINVENÇÃO DOS CINQUENTA – Lições de vida para as mulheres na segunda adolescência. Rocco,2010.

Trata-se de uma coleção de relatos pessoais, de amigas, de mulheres, sobre os desafios inevitáveis de "alguém que será", e não de lamúrias nostálgicas de "alguém que foi". É o registro do que sempre praticamos com as nossas amigas, por telefone, pessoalmente, por cartas, por e-mail , e não sabíamos que podia virar livro: troca de lições!

 

INDICAÇÃO DE LIVRO

 

Verdades Convincentes...

 

O Tempo passa inexoravelmente, e nisso não podemos interferir.
A vida se desenrola, indiferente aos nossos anseios.
A distância separa e traz consigo libertação ou sofrimento...
As crianças crescem (ainda bem!).
Os empregos vão e veem, geralmente para o nosso bem.
O amor se transforma em afeto, ou em desprezo.
As pessoas não fazem o que deveriam fazer. Nem nós próprias!
O coração para sem avisar. Ou acelera, às vezes!
Os pais morrem, um dia (geralmente uma pena)...
Os colegas esquecem os bons momentos, os favores.
As carreiras terminam ou culminam, frustrando as expectativas, ou não...

Mas as amigas estarão sempre ali, não importa o tempo ou a distância: uma amiga  nunca está mais distante do que o alcance de uma necessidade. (Não sei se ocorre o mesmo no universo dos amigos.)

 

(Adaptado de um texto que circulou na Internet, mas ao qual só tive contato lendo A REINVENÇÃO DOS CINQUENTA, de Suzanne Braun Levine. Vale a pena ler, desde que já tenha ultrapassado os trinta anos, pois, antes disso, você acha que nunca vai chegar "lá".)

 

sábado, 25 de setembro de 2010

Claudinha!!! Bom dia, maravilhosa!

 

Só hoje tive um tempinho de acessar seu blog. É maravilhoso.

Depois desse período (chaatooo) de provas vou participar mais.

Obrigada pelas mensagens lindas.

Ah! diga a Dr. Lélio que vou querer autógrafo e quero a licença para

trabalhar o poema na escola, para apresentar características simbolistas

e, principalmente,  nos embalarmos nas delícias melódicas

de paz que o poema transmite. É liinndo demais!

 ÓTIMO FINAL DE SEMANA COM "AQUARELAS".

Cristina

 

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Fica conosco, Jesus!

Em meio a tantas aflições no dia a dia, é com alegria que recebemos essas mensagens de luz para podermos iluminar a nossa existência. "Fica conosco, Jesus!"só vem ratificar o que pedimos todos os dias para que Ele fique conosco abençoando-nos, preenchendo os vazios da nossa alma, ensinando-nos a amar o outro como a nós mesmos.

"Fica conosco, Jesus, é tarde e a noite já vem".

Beijos,

Rose

domingo, 19 de setembro de 2010

FRASE DO DIA

Ninguém desfaz a treva sem a luz. Emmanuel

Video - Fica conosco, Jesus!

http://www.youtube.com/watch?v=QQbLFc2R22k

CAMINHOS DE LUZ - Lélio Ribeiro da Silva

Ando à procura de um caminho estreito,
Onde um regato banhe o meu destino,
Uma canção dolente, violino,
Sejam a paz do meu próprio leito...

E estando, assim, sereno, tão sem jeito,
Mesmo apesar de todo desatino,
Possa encontrar a luz de um sol a pino,
Inda guardar a fé dentro do peito!...

Sair tocando a minha lira, agora,
Revendo os velhos tempos de outrora,
Qual Rei Davi nos idos da Judéia...

Vem de Belém a paz que revigora
Seguindo o filho de Nossa Senhora.
Grande RABI – Jesus da Galiléia!...

Muito obrigada pelas mensagens que me envia!


Primeiro, porque você pensa em mim, quando as
envia, e isso é motivo de agradecimento!

Há aquelas de otimismo, de confiança, de fé,
que chegam quando estou fragilizada, ou
tragada pelo mundo, necessitando
aproximar-me mais do Criador.
Há aquelas de amizade, que aquecem a
minh’alma e me fazem sentir que sou amada.

Chegam aquelas de humor saudável, inteligente, que
me fazem dar boas gargalhadas e relaxar das
tensões cotidianas, pensando o quanto o ser
humano pode ser criativo.
Obrigadoooo!

Veem aquelas esclarecedoras, conscientizadoras, que me
abrem os olhos para a realidade crítica e me sacodem do
estado de acomodação natural.
Muito agradecida!

Gosto daquelas que trazem um passado bonito,
que vivi, ou que gostaria de ter vivido, e que
vale a pena recordar...
Quanto carinho!
Também há aquelas mensagens de ajuda ao outro...
Se verdadeiras, ou não, não me compete julgar,
mas repassá-las, pelo sim, pelo não.
Obrigada por me pedir para ajudar!

E há aquelas com cenas de lugares, de paisagens
que nunca vi, de terras que nunca visitei...
Essas são um passaporte.
Viajo sem sair do lugar, transporto-me.
Muitíssimo obrigada pelo deleite!
Como se não bastasse, você ainda tem o
cuidado de enviar-me matéria que me
auxilia profissionalmente, que facilita o
meu trabalho!
Essa atenção não tem preço!

Alguém que se dedica a encaminhar uma
mensagem para o outro, é um benfeitor, um
abnegado, um comprometido com a felicidade
de todos!

Que bom que você seleciona tudo o que me
envia, que escolhe, que filtra e só encaminha
aquilo que acha que eu mereço!

A você, o meu MUITO OBRIGADA
por invadir tão carinhosamente
a minha telinha e mostrar que
estou em seu pensamento,
naquele instante, e que
faz um bom conceito de mim!

Vou me esforçar muito para não decepcioná-lo(a)!!!


terça-feira, 14 de setembro de 2010

Filme Nosso Lar

Sobre Trevo de Quatro Folhas

Eu sentia o desejo de ter um blog, há algum tempo, porque acho a Internet um veículo fantástico. O blog é um espaço no qual você pode divulgar matérias, informações, pontos de vista, textos e também uma porta aberta para convidados especiais interagirem.


Mas esse sonho parecia não se realizar, por dificuldades pessoais. Enfim, estou fazendo uma agradável experiência de EAD: uma amiga, que está muito distante, se propôs a ajudar-me a lançar esse Projeto... E estamos dando os primeiros passos. É difícil desenvolver tantas competências novas, mas não é impossível.

Por que “Trevo de Quatro Folhas”?

Essa amiga disse que eu teria de colocar um nome no blog, que era a primeira exigência. Fiquei sem a mínima ideia, por alguns instantes. Depois, veio-me subitamente à lembrança que o meu segundo neto me havia ofertado um trevo de quatro folhas, há alguns dias, colhido na casa da bisavó. Perguntei-lhe onde o encontrara e ele me pegou pela mão e me conduziu a um canteiro, ao pé de um muro. Incrível! Todos os trevos tinham quatro folhas! Pronto! Seria esse o nome do blog.

O imaginário popular diz que encontrar um trevo de quatro folhas dá sorte. Não sei se é verdade, mas se esse espaço der alegria a quem o visitar, já é uma maneira de transformá-lo num amuleto. Se ele não der poderes de absorver o espírito livre das florestas, nem de cair nas boas graças dos deuses, que traga ao visitante uma brisa de otimismo, um sopro de esperança.Já me sentirei gratificada!

Já tenho matéria para alimentá-lo por longos meses e vou fazê-lo. Deverá ser de alguma utilidade, para alguém. Caso contrário, estarei, pelo menos, armazenando os meus trabalhos.

Sinta-se bem-vindo(a)!

À CRIAÇÃO

Peço em cantos desvairados
Aos irmãos consoladores,
das falanges do Senhor
A paz que reconforta,
Energia, amor, compreensão!
A Pátria é tão bela
Co’ a luz da redenção...

No madeiro... o Mestre perdoou a todos
O Cristo é amor sublime
É Deus em permanente ação...

A luz mostra o rumo dos calvários
Aponta itinerários
De todo amado irmão...

Assim, Pai, a fé que te sustenta
É força que alimenta...
Do Criador à Criação!...

Sua frase do dia

http://www.celipoesias.net/suafrase.htm

Espiritismo - Música Ancient Sojourn - Greg Joy

ESPIRITISMO

“Nascer, crescer, morrer, renascer”
São os postulados de uma nova era
E um ensinamento prolifera
Descortinando as luzes da amplidão!...

Pra Nicodemus a melhor lição
Alvorecer de uma nova primavera
A vida gera a vida... sempre gera
Total certeza da reencarnação!

Uni-vos, pois, irmãos do mundo inteiro
Na construção da paz, do verdadeiro
Amor! Segui o brilho desta luz!

Ela, por certo, vai trazer primeiro
Consolação do eterno dispenseiro:
O Espiritismo ao lado de Jesus!...




Quero nascer de novo.wmv

Gentilezas Salvadoras